quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Confesso que só queria alguém que realmente se interessasse por mim
E que fosse espontâneo e corajoso o suficiente para demonstrar isso
Alguém com quem eu pudesse ser eu mesma
E não precisasse ficar medindo meu "nível de empolgação" para não assustar
E que pudesse simplesmente se deixar conviver comigo por uns tempos
E perceber o quanto temos em comum
E o quanto podemos aprender um com o outro
Simples assim... sem pressão, sem ideias pré-configuradas de romance, sem padrões inatingíveis

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Simbióticos

Quando alguém
gente, planta ou animal
com alguém quer se misturar pra ter
o que ele não pode ser
se não se modificar
ao ganhar dando parte do que é
se o outro quiser a vida em comum.

Cada um, um sim.

KASSIN +2

Para marcar uma conversa especial em um bar de extraterrestres sobre a possibilidade de um mundo sobre-humano... em que o eu e o outro se confundem, e a busca é uma só.

Inesquecível

terça-feira, 25 de agosto de 2009

As mulheres reclamam quando os homens as conquistam sob falsos pretextos...
Eles as enchem de presentes e promessas que não pretedem cumprir.
São amáveis, companheiros, irresistíveis.
E elas se entregam, criam expectativas, sentem o coração disparar toda vez que os encontram.
Até que uma hora eles resolvem partir e revelam que estavam só se divertindo.
Para a maioria das mulheres isso é o fim do sonho, é a prova de que foram iludidas, de que nada foi real, de que não valeu a pena. Amélie discorda.
Amélie sonha com o momento que se sentirá sem chão, que ganhará presentes fora de época e imaginará um futuro com tudo que sempre quis.
Sonha em ter alguém dizendo que a ama, lhe acompanhando aos lugares que costuma ir sozinha.
E não está nem aí se isso um dia vai acabar.
Ou se vai descobrir que ele não era sincero.
Ou se vai sofrer com a separação.
Amélie quer sentir... quer ser conquistada.
Nada se compara a sensação de estar apaixonada!
Se ele não tem coragem suficiente para também se entregar, ele que vai perder...
"só diversão" é como um carrocel de criança diante da montanha russa que é uma paixão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Amelie acredita

Sempre que Amelie está depressiva
Algo acontece para prová-la que seus motivos são equivocados
Amelie está empolgada novamente
Acredita em seu potencial novamente
Sabe que seu potencial é alto mesmo
E sua responsabilidade tremenda
Tudo que quer, ela consegue
E não quer mais duvidar
Ela quer agir
De alguma forma...
Parar de esperar

Amelie está cansada

Cansada de esperar, de trabalhar, de acordar cedo, de dormir pouco
Amelie está com medo da velocidade com que o tempo passa
Está falando pouco, apática
Gostaria de ter certezas
Algo a que se agarrar
Está sentindo falta de sua força
Não consegue decidir
Não consegue pensar
Não consegue solucionar
Todos os quebra cabeças que tem mania de inventar estão ultrapassados
A vida se tornou um filme monótono
Sucessão de dias iguais
Sua grande luta diária é mais interna que externa
E tem medo de voltar a se fechar no seu mundo
Onde finge ter controle
Odeia sua vulnerabilidade aos estímulos externos
Odeia o fato das pessoas serem inconstantes
E de insistir em ligar sua própria felicidade a essas pessoas
Queria ser mais independente
Tem certeza de seu potencial
E tem certeza de estar sempre desperdiçando
Fazendo menos do que tem capacidade
Arriscando menos do que poderia
Se doando muito menos do que já fez antes
Amelie está se sentindo sozinha
Ninguém mais parece entender
Ninguém mais parece compartilhar seus planos
Mas nem mesmo ela sabe mais quais são esses planos
Uma vida significativa
E quem dá significado a essas vidas?
Começou a ler um livro que se chama A Construção Social da Realidade
Encontrou por acaso enquanto procurava algum para sua prima
Às vezes se impressiona como sua vida é cíclica
Leu e se impressionou com algo sobre isso no terceiro ano
Voltou a ler sobre a mesma temática quatro anos depois
E dia desses descobriu uma ligação entre os dois textos
Que agora se completam com esse outro
Por que essa sua obsessão com a realidade?
Ou melhor, com provar que a realidade é uma invenção
Sempre odiou a realidade
Sempre se refugiou em seu próprio mundinho
Nunca quis se enquadrar
Mas sempre quis provar que estava certa enquanto o resto do mundo do estava errrado
Criar novos mundos, sua grande ambição
Transformar o mundo das pessoas, sua maior frustração
Desistir de tudo um dia, seu maior medo
Amelie precisa de um tempo para colocar a cabeça no lugar
Amelie não consegue mais chorar


domingo, 23 de agosto de 2009

Amelie em casa

Amelie tem se sentido em casa
Em qualquer lugar
Em sua própria casa, própria cama, rodeada de seus dvds favoritos e o computador novo que acaba de comprar, ouvindo até adormecer suas seleção especial de músicas favoritas
Na casa de sua irmã, em seu próprio quarto ou procurando um programa na tv altas horas da noite
Na casa de sua amiga fofa que acabou de conhecer, que desde o início a tratou como sua melhor amiga, irmã, prima, que já faz parte da sua vida como se a estive esperando há séculos
No carro com sua outra amiga que acabou de conhecer, que desde o início lhe contou toda sua vida com plena confiança como se já a conhecesse há anos
Na companhia de seu amigo, irmão, com quem tem convivido há alguns anos desde que uma química enorme os juntou
No Rio de Janeiro, caminhando pela praia sozinha, longe de parentes e amigos
Em Belo Horizonte, ao lado de sua amiga ex-virtual-agora-real, que conheceu por acaso nos orkuts da vida
Até mesmo em seu trabalho, rodeada de pessoas bem diferentes, fazendo algo que não gosta... mesmo assim, ela ainda se sente em casa
E hoje, após ter virado a noite com seus amigos loucos, rindo sem parar até seus olhos ficarem lacrimejados e sua barriga doer, ela os encontrou novamente para editar as viagens que gravaram ontem e no meio da edição descobriu que estava acontecendo um show cover dos Beatles, não só largou o filme capturando para ir ver o show, como na volta, um dos amigos sugeriu "vamos passar no parque de diversões?", o que o outro respondeu: "sério? bora! bora no kamikazi?" e, ela Amelie, comemorou: "eba! bora mesmo! eu quero!" E lá foram os três amigos, correndo porque o parque estava fechando, conseguiram um ingresso e passaram 3 minutos gritando e rindo sem parar mais uma vez.
Amelie está feliz.

Eu, ela e Amelie

Amelie é uma garota tímida
Amelie já tentou ter um blog antes,
Mas escria em inglês para se distanciar
Amelie muito tempo depois resolveu escrever em português
Desabafou bastante todos os seus problemas exagerados de menina insegura
Chorou, reclamou, falou mal de seus amores
Arrependeu-se, desculpou-se, voltou a se sentir amada
Depois entrou em uma fase zen
Largou o emprego, reorganizou suas prioridades, conseguiu libertar-se de suas nóias
Abandonou seu blog...
Não tinha mais angústias
Tinha sempre com quem conversar
Sentia-se leve...
Muito tempo depois voltou a sentir uma vontade de comunicar
No caso, comunicar aos amigos que deviam ver Revolutionary Road
O filme a tinha deixado impressionadíssima
E ela assim o fez... por email, pelo orkut, pessoalmente
Mas a convenceram de postar em um blog também
E ela aceitou...
Resolveu colocar uma cópia na Andrea Doria que estava abandonada
E sentiu-se tentada a voltar a escrever em público
Não o fez.
Em vez disso inventou um jogo
O jogo da descrição em terceira pessoa...
Como se fosse sempre o narrador de Amelie falando sobre um dos personagens
E jogo foi ótimo
E fez sucesso
Mas os jogadores sempre se cansavam de jogar
Amelie voltou a sentir-se só
Sem ter a quem comunicar
Voltou ao mundo dos blogs
E aqui pretende se expressar pelo jogo
Desta vez sem o gostinho gostoso da espera
Pelo próxima palavra, o próximo assunto a próxima troca
Fala agora, em terceira pessoa...
Narrando sua própria vida, que mais parece um filme