domingo, 6 de março de 2011

Recuperando a luta...

Amelie tem se sentido em uma posição muito passiva diante do mundo. Sim, quer transformar o mundo pelo amor, mas isso não deixa de ser uma luta. Como conseguir qualquer tipo de revolução se continuar apenas aceitando? Tem lido muito sobre o poder da aceitação. Aceitar a situação, aceitar as fragilidades, aceitar que nosso poder pessoal é limitado por uma série de ordenações do mundo, das quais não temos a menor ideia de como funcionam, mas somos submetidos pelo simples fatos de estarmos aqui. Ela sabe que nossa liberdade de ação depende do outro, ninguém pode negar. E a aceitação deste fato pode fazer muito bem, dá um senso de realidade, nos traz de volta ao centro de nós mesmos para podermos encarar o mundo com mais maturidade. Mas, ao mesmo tempo, não podemos deixar que a aceitação se torne passividade. Aceitar não é simplesmente deixar de reagir. E para se lembrar disso, publica abaixo um texto que escreveu em 2009.

"Desde que nascemos ouvimos de todos os lados tantas visões de mundo distorcidas, tantas "verdades universais", tantas frases conformistas e desoladoras que até atingirmos uma idade suficiente para nos permitirmos pensar por nós mesmos, nossa mente já foi infectada por uma série de preconceitos, ideias retrógradas e uma forma de raciocinar tudo só pela superfície, julgar as coisas pela sua conformidade ou não ao sistema. Alguns conseguem de alguma forma escapar das camisas de força e percebem o complô a favor do atrofiamento de suas percepções únicas que por serem únicas são tão perigosas. Mas o complô é tão eficiente que ele não precisa de um chefe para a organização. Quem está por trás desta conspiração? Poderia ser você se não tivesse se dado conta. Foi você em diversos momentos e situações antes de se dar conta. São seus pais, seus chefes, seus amigos, seus professores, todos ao seu redor. O que fazer quando se descobre? Mandar todos à merda? É a reação mais imediata. Tentar mudar a cabeça deles? É o que acreditamos ser possível pelo simples fato de um dia termos mudado. Mas a luta não é fácil. Para cada um que pensa como nós exitem milhares repetindo é discurso dominante. Para eles é mais fácil fingir que acreditam no que repetem quando não conseguem o que o sistema coloca como "a fórmula da felicidade" e se posicionarem vítimas. Além disso, "eles" já desenvolveram uma forma de desacreditar nosso discurso. Tudo que dizemos não é nem ao menos levado em consideração. Nosso ponto de vista é descartado antes que sejamos ouvidos, pois o sistema já reservou para nós um lugar ao lado dos loucos. Nossa opinião vale tanto quanto a de uma pessoa insana."

Definitivamente Amelie deveria escrever para adolescentes...

[percebi que entre meus roteiros de ficção só tem um com temática adulta...]